terça-feira, 28 de outubro de 2008

JOVEM GUARDA





Num sentido estrito, a expressão Jovem Guarda designou programa da TV Record, de São Paulo SP, estreado em setembro de 1965 e findo em 1969, comandado por Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléia; mas tem sido comumente empregada para definir gênero musical também conhecido como iê-iê-iê, seja, a versão brasileira do rock internacional. A Jovem Guarda foi, entretanto, cristalização de uma tendência bem anterior: a informação do rock’n’roll norte-americano da década de 1950 já criara no Brasil um mercado de consumidores e aficionados, permitindo que, desde 1957, os primeiros cantores e compositores brasileiros do gênero tentassem reproduzir o ritmo com letras em português ou cantando no original.

Biografia: Enciclopédia da Música Brasileira Art Editora e PubliFolha

UM POUCO DE JOVEM GUARDA...

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Todo Camburão Tem Um Pouco De Navio Negreiro


O Rappa
Composição: Marcelo Yuka


Tudo começou quando a gente conversava

Naquela esquina alí

De frente àquela praça

Veio os homens

E nos pararam

Documento por favor

Então a gente apresentou

Mas eles não paravam

Qual é negão? qual é negão?

O que que tá pegando?

Qual é negão? qual é negão?

É mole de ver

Que em qualquer dura

O tempo passa mais lento pro negão

Quem segurava com força a chibata

Agora usa fardaEngatilha a macaca

Escolhe sempre o primeiro

Negro pra passar na revista

Pra passar na revista


Todo camburão tem um pouco de navio negreiro

Todo camburão tem um pouco de navio negreiro


É mole de verQue para o negro

Mesmo a aids possui hierarquia

Na áfrica a doença corre solta

E a imprensa mundial

Dispensa poucas linhas

Comparado, comparado

Ao que faz com qualquer

Figurinha do cinema

Comparado, comparado

Ao que faz com qualquer

Figurinha do cinema

Ou das colunas sociais


Todo camburão tem um pouco de navio negreiro

Todo camburão tem um pouco de navio negreiro

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

NAVIO NEGREIRO - NAMASTÊ



Composição: Eduardo Ansay


Quem você pensa que é cidadão

pra trazer meus irmão negros

Trancados em um porão

Filhos de Deus

Donos de um coração

Tratados como bichos

Dentro da embarcação

Com os pés na terra

E olhares de aflição

Saudade de um povo esquecida

E esmagada pela escravidão

Quem você pensa que é cidadão

pra trazer meus irmão negros

Trancados em um porão

Que destino é este ó Senhor

Como posso suportar

Acorrentado como um cão

E atirado ao fundo do mar

Quem você pensa que é cidadão

pra trazer meus irmão negros

Trancados em um porão


Letra baseada no filme AMiSTED (Spilberg)

NAVIO NEGREIRO



IV
Era um sonho dantesco... o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...


Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!


E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais ...
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais...


Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!


No entanto o capitão manda a manobra,
E após fitando o céu que se desdobra,
Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!..."


E ri-se a orquestra irônica, estridente. . .
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais...
Qual um sonho dantesco as sombras voam!...
Gritos, ais, maldições, preces ressoam!
E ri-se Satanás!...


CASTRO ALVES

LEMBRANÇAS DE MORRER

"Quando em meu peito rebentar-se a fibra
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nem uma lágrima
Em pálpebra demente.

E nem desfolhem na matéria impura
A flor do vale que adormece ao vento:
Não quero que uma nota de alegria
Se cale por meu triste passamento.


Eu deixo a vida como deixa o tédio

Do deserto, o poento caminheiro
- Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro;



Como o desterro de minh' alma errante,

Onde fogo insensato a consumia:
Só levo uma saudade - é desses tempos
Que amorosa ilusão embelecia.


Só levo uma saudade - é dessas sombras
Que eu sentia velar nas noites minhas....
De ti, ó minha mãe! pobre coitada
Que por minha tristeza te definhas!


De meu pai... de meus únicos amigos,

Poucos - bem poucos - e que não zombavam
Quando, em noites de febre endoidecido,
Minhas pálidas crenças duvidavam.


Se uma lágrima as pálpebras me inunda,
Se um suspiro nos seios treme ainda,
É pela virgem que sonhei... que nunca
Aos lábios, me encostou a face linda!


Só tu à mocidade sonhadora
Do pálido poeta deste flores....
Se viveu, foi por ti! e de esperança
De na vida gozar de teus amores.


Beijarei a verdade santa e nua,
Verei cristalizar-se o sonho amigo...
Ó minha virgem dos errantes sonhos,
Filha do céu, eu vou amar contigo!


Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecidas,
À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
- Foi poeta - sonhou - e amou na vida..


Sombras do vale, noites da montanha,

Que minh' alma cantou e amava tanto,
Protegei o meu corpo abandonado,
E no silêncio derramai-lhe canto!


Mas quando preludia ave d' aurora

E quando à meia-noite o céu repousa,
Arvoredos do bosque, abri os ramos...
Deixai a lua prantear a lousa!"

(Álvares de Azevedo)

VER TAMBÉM EPITÁFIO - TITÃS


O QUE É APROVEITAR A VIDA?

Aproveitar a vida é essencial para todas as pessoas. Não precisa ser rico. A vida sempre haverá momentos que nunca se irá esquecer. Isto é que são os momentos que você tem que aproveitar.
Sim, eu aproveito a vida. Com meus pais, conheço novos amigos, estudo e adoro jogar betes e futebol.
Para aproveitar a vida só é preciso uma coisa: saber dividir seu tempo. TRabalho, família e lazer. Se você levar a vida inteira só fazendo uma coisa, não vai aproveitar nada e uma grande coisa que você deve fazer em todos os dias da sua vida.

JUCIMARA BARBARA 8A


APROVEITANDO A VIDA

Com certeza meus pais me diriam para aproveitar a vida do modo maias correto possível; diriam para que eu estudasse mais para conseguir um bom emprego e dinheiro, casa e carro, e tudo mais, mas também não só ligar para trabalho e sim para namoro, diversão e família.
Para mim, aproveitar a vida é fazer de tudo e mais um pouco, vivenciar com os familiares mais queridos, ter um bom ensino e suficiente para uma boa carreira na vida de trabalho, namoro, muita divbersão e lazer.
porém, o mais importante, não se envolver com pessoas erradas, nem aproblemas de violência, política e vandalismo. Viver a vida seguro e com saúde é o que importa.
Os ensinamentos e conselhos dados para mim, de meus pais, são impostantes, e talves inspirados em seus erros no passado. Tudo é nos dito para que não cometamos os mesmos erros e vivamos do jeito certo.

GUSTAVO VIEIRA DE SOUZA 8A

JUCA PIRAMA












Meu canto de morte,


Guerreiros, ouvi:


Sou filho das selvas,


Nas selvas cresci;


Guerreiros, descendo


Da tribo tupi.



Da tribo pujante,


Que agora anda errante


Por fado inconstante,


Guerreiros, nasci;


Sou bravo, sou forte,


Sou filho do Norte;


Meu canto de morte,


Guerreiros, ouvi.



Já vi cruas brigas,


De tribos imigas,


E as duras fadigas


Da guerra provei;


Nas ondas mendaces


Senti pelas faces


Os silvos fugaces


Dos ventos que amei.



Andei longes terras


Lidei cruas guerras,


Vaguei pelas serras


Dos vis Aimoréis;


Vi lutas de bravos,


Vi fortes — escravos!


De estranhos ignavos


Calcados aos pés.



E os campos talados,


E os arcos quebrados,


E os piagas coitados


Já sem maracás;


E os meigos cantores,


Servindo a senhores,


Que vinham traidores,


Com mostras de paz.



Aos golpes do imigo,


Meu último amigo,


Sem lar, sem abrigo


Caiu junto a mi!


Com plácido rosto,


Sereno e composto,


O acerbo desgosto


Comigo sofri.



Meu pai a meu lado


Já cego e quebrado,


De penas ralado,


Firmava-se em mi:


Nós ambos, mesquinhos,


Por ínvios caminhos,


Cobertos d’espinhos


Chegamos aqui!



O velho no entanto


Sofrendo já tanto


De fome e quebranto,


Só qu’ria morrer!


Não mais me contenho,


Nas matas me embrenho,


Das frechas que tenho


Me quero valer.



Então, forasteiro,


Caí prisioneiro


De um troço guerreiro


Com que me encontrei:


O cru dessossêgo


Do pai fraco e cego,


Enquanto não chego


Qual seja, — dizei!



Eu era o seu guia


Na noite sombria,


A só alegria


Que Deus lhe deixou:


Em mim se apoiava,


Em mim se firmava,


Em mim descansava,


Que filho lhe sou.



Ao velho coitado


De penas ralado,


Já cego e quebrado,


Que resta? — Morrer.


Enquanto descreve


O giro tão breve


Da vida que teve,


Deixai-me viver!



Não vil, não ignavo,


Mas forte, mas bravo,


Serei vosso escravo:


Aqui virei ter.


Guerreiros, não coro


Do pranto que choro:


Se a vida deploro,


Também sei morrer.




GONÇALVES DIAS







UM ÍNDIO



Um índio descerá de uma estrela colorida brilhante


de uma estrela que virá numa velocidade estonteante


e pousará no coração do hemisfério sul


na américa num claro instante


depois de exterminada a última nação indígena


e o espírito dos pássaros das fontes de água límpida


mais avançado que a mais avançada


das mais avançadas das tecnologias




virá


impávido que nem Muhamed Ali


virá que eu vi


apaixonadamente como Peri


virá que eu vi


tranqüilo e infalível como Bruce Lee


virá que eu vi


o axé do afoxé, Filhos de Gandhi


virá




um índio preservado em pleno corpo físico


em todo sólido , todo gás e todo líquido


em átomos, palavras, alma, cor,


em gesto, em cheiro, em sombra,


em luz, em som magnífico


num ponto eqüidistante entre o Atlântico e o Pacífico


do objeto sim resplandecente descerá o índio


e as coisas que ele dirá , fará não dizer


assim de de um modo explícito




virá


impávido que nem Muhamed Ali


virá que eu vi


apaixonadamente como Peri


virá que eu vi


tranqüilo e infalível como Bruce Lee


virá que eu vi o axé do afoxé, Filhos de Gandhi


virá



e aquilo que nesse momento se revelará aos povos


surpreenderá a todos não por ser exótico


mas pelo fato de poder estar sempre


estado oculto quando terá sido o óbvio


Visão.




CAETANO VELOSO
PARÁFRASE - UM ÍNDIO - CAETANO VELOSO
Foi em 2500, a nave Indian II com 50 tripulantes, descem ao Brasil. O coração da América. A nave vem numa grande velocidade. Possui uma avançada tecnologia, da qual ninguém jamais viu.
Eles vieram fortes como guerreiros, infalíveis e calmos, sem nada a temer.
Chegaram "normalmente" à Terra, diferentes de todos. Desceram de sua nave, sem nada a dizer, pois não havia entendimento e comunicação.
Aquilo que se revelou surpreendeu os povos por estarem sempre escondidos, por serem tão diferentes e frágeis. Seria uma visão?
MILENA EVELYN DA COSTA 8C

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

GUERNICA- PICASSO


Guernica
ou o manifesto político de P. Picasso
por Ângela Veríssimo
Um dos quadros que melhor transmite todo o desespero advindo da guerra é o intemporal Guernica de Pablo Picasso, fazendo plena justiça à expressão "uma imagem vale por mil palavras". No início de mais um ano, quase no fim do milénio, aqui neste cantinho do Mundo Ocidental, é tempo de pensar no outro Mundo, cujos povos vivem em palco de guerra, e para os quais nada resta senão esperar por dias de paz.